Na solidão do meu quarto, olho pela janela...
A chuva cai de repente me embriagando com o seu cheiro;
O inconfundível cheiro de terra molhada!
Forte e decidida, ela lava as tristezas da Terra.
Leva para longe os sofrimentos e incompreensões humanas.
Ao som de suas águas embalo o choro do meu coração.
Uma névoa densa se forma lá fora e o vidro da janela fica embaçado.
Penso ver você...
A chuva traz lembranças que desejo esquecer.
Na boca, o largo sorriso que me encantou...
No olhar, o intenso brilho que me enfeitiçou...
Perco-me em divagações...
Parece que o tempo não passou!
Porém, lentamente a sua imagem desaparece...
Percebo que a chuva parou.
A realidade é dura e inevitável...
Você foi apenas um sonho que,
Assim como as águas da chuva,
Por minha vida um dia passou.